"The End" para os contos de fadas na Disney?
O jornal Los Angeles Times publicou uma reportagem de capa divulgando que a Disney estaria desistindo de produzir filmes inspirados nos contos de fadas. Segundo a matéria, a Disney estaria desistindo de investir nos "filmes de princesa", algo que faz parte de seu legado desde a estreia de "Branca de Neve" em 1937.
O estúdio afirmou que o lançamento de "Enrolados" (Tangled) hoje nos EUA, uma versão contemporânea da história de Rapunzel, será o último conto de fadas produzido pela Disney num futuro próximo.
Segundo o presidente dos estúdios Disney e Pixar, Ed Catmull filmes e gêneros seguem um caminho, e que os contos poderiam retornar se alguém tiver uma ideia inovadora, mas "não teremos outros musicais e contos de fadas em produção".
Catmull e John Lasseter cancelaram dois projetos de longas tradicionais que estavam em desenvolvimento na Disney - "A Rainha da Neve" (The Snow Queen) e "João e o Pé de Feijão" (Jack in the Beanstalk). Mesmo com essa declaração, é bom lembrar que "Winnie the Pooh", lançamento de 2011, possui canções!
Os executivos querem que os produtores e artistas tenham liberdade e ousadia para sair das fórmulas previsiveis e seguras - o que, ironicamente, vai contra as saídas de pessoas talentosas como Chris Sanders - cujo "American Dog" (que depois se tornou "Bolt - Supercão") e "Lilo & Stitch" eram novidades!
Para a produtora Bonnie Arnold ("Tarzan" e "Como Treinar o seu Dragão") os novos filmes de animação precisam se espelhar nos grandes filmes de ação com efeitos visuais que uma geração passada consideraria algo mais adulto. "Você vê crianças do ensino básico formando fila para ver Homem de Ferro, Transformers.... para ser honesta, isso é com quem estamos concorrendo em certo nível", afirma.
A reportagem e o tom do texto soou como se a Disney já se preparasse para uma possível baixa bilheteria de "Enrolados" (ex-Rapunzel). Ed Catmull, talvez sentindo o efeito negativo das declarações, publicou mensagem em sua página no Facebook afimando que o jornal reportou erroneamente que o "conto de fadas Disney" é uma coisa do passado, e que o tema continua forte na Disney (com o lançamento de "Enrolados esta semana!). Afirma ainda que há um número de projetos em desenvolvimento com novas reviravoltas, que o público irá poder desfrutar nos próximos anos.
A headline in today´s LA Times erroneously reported that the Disney fairy tale is a thing of the past, but I feel it is important to set the record straight that they are alive and well at Disney and continue this week with Tangled, a contemporary retelling of a much loved story. We have a number of projects in development with new twists that audiences will be able to enjoy for many years to come. – Ed Catmull
Bom saber que os contos de fadas estão seguros na Disney... pelo menos "esta semana". A grande verdade é que a Disney precisa realmente se renovar, mas é preciso fornecer liberdade, algo que Lasseter e a turma Pixar ainda não conseguiram emplacar na Walt Disney Animation Studios.
Não há nenhum problema num conto de fadas, desde que a história e os personagens sejam bem produzidos com inovações criativas e tecnológicas. É um mito afirmar que Disney só produz contos de fadas... uma boa parte das produções enquanto Walt Disney era vivo eram oriundas de livros e histórias populares.
A grande verdade é que "Enrolados" significa o último requício da era Michael Eisner na animação Disney, e as próximas produções serão todas já com dedo "Pixar" desde a sua concepção. O temor é que a própria Pixar perca sua originalidade já que após "Toy Story 3", teremos "Carros 2", "Monstros S.A. 2", e "Brave" corre o sério risco de ter sua estreia adiada. "Enrolados" (da Disney) estreia hoje nos EUA, e terá cinco dias para faturar alto no longo feriado norte-americano de Ação de Graças.
Pixar divulga vídeo viral contra homofobia
Nas últimas 24 horas uma das coisas mais comentadas é um vídeo viral produzido com a colaboração de funcionários dos estúdios Pixar.
Trata-se de um video para a campanha "It Gets Better" do colunista Dan Savage - que promove uma reflexão sobre o bullying gay (homofobia) e tenta convencer os adolescentes vítimas que eles não estão sozinhos e que precisam esquecer a ideia do suicidio (algo que tem acontecido muito nos EUA). Não há personagens das animações. Assista o vídeo com legendas em português.
O vídeo conta com a participação de uma grande variedade de funcionários que, aparentemente, são de diferentes níveis hierárquicos. A reação na web, a bem da verdade, foi dúbia. Muitos se emocionaram e apoiaram a iniciativa. Outros chiaram por considerar o video uma espécie de marketing forçado para o estúdio.
Por sinal, nenhum grande estúdio, incluindo a Disney (que é proprietária da Pixar) costuma se envolver em campanhas do tipo, sendo a maioria de postura conservadora.