"Kung Fu Panda" agrada por oferecer mais do mesmo
"Kung Fu Panda" é um dos grandes sucessos do ano. No entanto, parece não ter conquistado boa parte da crítica pela noção de ser algo novo, mas por apresentar mais do mesmo. O Animagic publicará sua própria crítica em breve, mas publico abaixo trechos da crítica de Isabela Boscov na revista Veja. Seus comentários refletem bem a idéia geral de como o filme está sendo visto:
Em Kung Fu Panda, o enredo é o de sempre, mas tem tanta vivacidade que mal se percebe não ser muito original. A animação imita e multiplica todos os movimentos mais acrobáticos já concebidos pelo cinema de artes marciais (e, dado o nível de absurdo a que este costuma chegar, isso não é pouca coisa). Quanto às vozes, cedidas por um elenco que em um filme convencional seria proibitivo, elas nunca são menos que excelente (...)
No que o filme surpreende é no desvelo e humor com que recria, desde a primeira imagem – uma brincadeira graciosa com a vinheta do estúdio DreamWorks, na qual um menino pesca encarapitado numa meia-lua –, tradições visuais chinesas que podem datar de 3 000 anos atrás.
Dependendo da situação, Kung Fu Panda faz uso do grafismo da caligrafia e dos recortes em papel. Nas seqüências passadas no Vale da Paz, em que uma multidão de bichos toca a sua vidinha, apropria-se dos estilos tradicionais de retratos e cenas domésticas, com suas figuras muito definidas e vermelhos rubros, amarelos dourados e azuis magníficos. (...)
Mas o que a direção de arte de Kung Fu Panda provoca é êxtase, admiração ou hilaridade, conforme o caso – os mesmos sentimentos com que, evidentemente, os diretores Mark Osborne e John Stevenson e sua equipe de animadores foram descobrindo a riqueza da matéria-prima sobre a qual se debruçaram.
O Animagic publicou na seção Por Trás da Mágica um especial em duas partes com informações de produção de "Kung Fu Panda".