"O Corajoso Ratinho Despereaux" chega aos cinemas brasileiros
OK... não fui ver a animação na cabine para a imprensa. Tive vários motivos para isso mas confesso que pesou também o fato de ser mais uma animação que sofreu inúmeras mudanças durante a produção. E para piorar, para deixá-lo mais infantil e distante do livro na qual foi baseado. Mas deixo com vocês um trecho da resenha feita pela jornalista Sandra Monte (o texto integral pode ser lido aqui).
"O Corajoso Ratinho Despereaux" (The Tale of Despereaux) é uma daquelas animações que tem uma excelente produção, um roteiro interessante – apesar das diferenças em relação ao livro original - e boa dublagem. Mas, mesmo com tudo isso, é possível perceber que não terá longa vida nos cinemas, cuja estréia acontece hoje em diversas salas de todo o país.
O motivo é simples: a animação não é agitada como outras. É relativamente parada para uma criança que tenha se acostumado com o estilo Shrek ou Madagascar e, por este motivo, deve agradar mais aos adultos.
Este conto de fadas moderno traz um reino cheio de magia e felicidade – além de litros e mais litros de uma sopa de dar água na boca. Um triste acidente, porém, muda tudo e faz o rei mergulhar em melancolia, a princesa se encher de saudade e o povo da cidade ficar sem sua deliciosa sopa. A luz do sol desaparece e não há mais esperanças. Até o nascimento de Despereaux Tilling, um ratinho com sede de aventura.
Certo dia, ao visitar a biblioteca do castelo real, onde se diverte com histórias de cavaleiros, dragões e bondosas damas, o bravo camundongo torna-se amigo da princesa, que deseja escapar do pesar que teve início com a morte de sua mãe.
No entanto, as peripécias de Despereaux - cuja pronúncia é Deperrô - são descobertas por outros camundongos – que o julgam ousado demais por falar com humanos –, e ele é levado para o mórbido Mundo das Ratazanas, lugar onde não há luz. Lá, Despereaux é salvo pelo renegado rato Roscuro, visitante de outras terras, banido pelos humanos, mas que ainda sonha com honradez e heroísmo.
Quando, por puro medo, a princesa despreza a amizade de Roscuro, ele torna-se um rato malvado, arquitetando um plano de vingança com a invejosa criada Mig. Porém, depois que a princesa é raptada, Despereaux descobre que até mesmo um pequeno camundongo pode ter a coragem de um cavaleiro.
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Como a esmagadora maioria das adaptações, o desenho tem diferenças em relação ao livro. A começar pela cena e personagens iniciais. Não há um cozinheiro na história, mas sim uma cozinheira. Outro ponto de impressionante diferença é da própria personalidade de Despereaux. Ele é colocado no filme como corajoso desde o nascimento. No livro, ele é curioso, mas tem momentos que bastante medroso.
Além disso, na obra original, os pais do herói são bem despreocupados quanto ao futuro do filhote, não se importando com ele. Também no livro, não existe claramente o Reino das Ratazanas, mas sim um Calabouço extremamente sombrio e nefasto. São distinções que não chegam a comprometer a animação.